Frango,
barbearia, animais reprodutores, bar de sinuca, apoio aos portadores de joanete
e especialista em aracnídeos são alguns dos produtos e serviços anunciados pelas
placas de Viviane Pasqual, em exibição na vitrine da Casa M. Espécies de
anedotas gráficas, cada tabuleta aponta para um universo particular – como se
materializasse um quadro de uma história em quadrinhos, um plano de uma
animação ou um capítulo de um livro que não se sabe ao certo em que prateleira
colocar. Ou ainda, como se cada placa funcionasse como anotação, esboço ou
versão de uma longa e mesma história – o que não deixa de apontar para o lugar
que um trabalho sempre ocupa na poética de um artista: algo como um ensaio de
um longo e mesmo, ainda que sempre diferente, processo.
O traço pueril das pinturas, desenhos e inscrições – e o flerte com o naif e o cartoon, e segue a dificuldade de posicionar na estante – deixa perceber uma agressividade difícil de nomear. Uma provocação, talvez seja a melhor palavra, que ganha expressão no humor ácido e ao mesmo tempo afetuoso, na objetividade de linhas tortas e na ironia que não se sabe se intuitiva ou intencional – e aí estão o desconcerto, o giro e a delícia da obra de Viviane. Dizeres jocosos e irreverentes compõem as tabuletas, reforçando o traço cartunista e a alusão ao universo popular, seja pelos textos, muitas vezes retirados de anúncios encontrados na rua, pelo despojamento das formas e soluções gráficas ou pelos materiais utilizados.
O traço pueril das pinturas, desenhos e inscrições – e o flerte com o naif e o cartoon, e segue a dificuldade de posicionar na estante – deixa perceber uma agressividade difícil de nomear. Uma provocação, talvez seja a melhor palavra, que ganha expressão no humor ácido e ao mesmo tempo afetuoso, na objetividade de linhas tortas e na ironia que não se sabe se intuitiva ou intencional – e aí estão o desconcerto, o giro e a delícia da obra de Viviane. Dizeres jocosos e irreverentes compõem as tabuletas, reforçando o traço cartunista e a alusão ao universo popular, seja pelos textos, muitas vezes retirados de anúncios encontrados na rua, pelo despojamento das formas e soluções gráficas ou pelos materiais utilizados.
O acúmulo e a repetição são componentes importantes de seu trabalho e também os procedimentos que guiam o projeto desenvolvido para a Casa M. Abarrotada de objetos, imagens e anedotas, como que ansiosos para mostrar-se e esconder-se a um só tempo, a vitrine da morada – que funcionou como chapelaria no início do século passado – retoma sua condição de mostruário. De elegantes adornos, que a seu modo também inspiravam narrativas, passa a exibir pedaços de uma obra. Placas de “lambê os beiço”, deixar “vira-lata nervoso” e sair correndo à procura de uma “PHD em aracnídeos”.
* Texto publicado no periódico da Casa M / 8a Bienal do Mercosul de julho-agosto de 2011, dedicado à terceira Vitrine do projeto, de autoria de Viviane Pasqual.
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