Campo Coletivo


A exposição reúne cinco coletivos formados por um total de vinte e quatro pessoas, além de dois artistas que aderiram ao projeto na sua fase final. O caráter colaborativo das propostas artísticas se fez sentir mesmo no processo de definição da mostra, um campo de trabalho criado há cerca de um ano que agora pretende abrir-se, mais do que se mostrar, para a coletividade da cidade. Poro (Belo Horizonte), Cine Falcatrua (Vitória), Laranjas (Porto Alegre), GIA (Salvador) e Espaço Coringa (São Paulo) são os grupos que formam os vértices dessa engrenagem, posta em movimento a partir da definição de um espaço ativo.

Elaborada para funcionar como uma espécie de ponto de partida e de chegada, a reunião de materiais apresentados no Maria Antonia tem sido chamada carinhosamente de midiateca, um lugar de conversa e consulta que se organiza em quatro núcleos: materiais gráficos, projeções, ativações e biblioteca. Esta última integra o projeto Arte e Esfera Pública, de Graziela Kunsch e Vitor Cesar. As peças gráficas, os vídeos e os livros poderão não só ser observados pelo público, mas também copiados. Assim se reafirma o caráter propagador das idéias desenvolvidas pelos coletivos e a bandeira copyleft presente em muitos de seus trabalhos, bem como se busca a participação do visitante a partir de uma escolha voluntária dessas possibilidades de reprodução. Por fim, as ativações (ações, conversas, oficinas) serão realizadas no decorrer da mostra, trazendo para o espaço do Maria Antonia, ou suas imediações, a possibilidade da experiência artística – e potencializando o sentido da exposição como um lugar de reflexão sobre a atuação coletiva hoje no campo das artes.

* Texto escrito em parceria com Gabriela Motta para a exposição Campo Coletivo, de curadoria de Gabriela Motta e Fernanda Albuquerque. A mostra aconteceu no Centro Universitário Maria Antonia, em São Paulo, entre 27 de março e 1º de junho de 2008.

Nenhum comentário: