Talvez um dos grandes baratos da arte seja a sua capacidade de desestabilizar a nossa percepção. De questionar a forma como vemos as coisas e nos relacionamos com o que está ao nosso redor. Pois esse é um dos aspectos que chama a atenção na obra de Rommulo.
Desde as suas primeiras experiências, o artista vem trabalhando a partir de espaços. Primeiro, optou por espaços específicos, como a fachada de uma casa prestes a ser demolida ou a torre de um antigo casarão. De uns tempos pra cá, no entanto, Rommulo passou a trabalhar com espaços mais genéricos: quartos de dormir, cozinhas, banheiros, áreas de serviço, salas de jantar. São ambientes que trazem consigo uma espécie de identidade. Um conjunto de características mínimas que os diferencia de outros espaços e lhes permite atender às suas funções originais, tornando-os facilmente reconhecíveis. Ou alguém consegue imaginar uma área de serviço sem um tanque? Ou uma sala de jantar sem uma mesa? Ou, por outro lado, um quarto com fogão e botijão de gás? Ou ainda um banheiro invadido por uma bancada de cozinha?
Pois são as nossas idéias e percepções sobre os espaços cotidianos – à primeira vista, absolutamente inquestionáveis – que são colocadas em xeque pelas criações de Rommulo. Ao aproximar realidades tão distintas quanto uma cozinha e um banheiro – ou um quarto de dormir e uma cozinha –, o artista embaralha construções identitárias aparentemente fixas. Cria ambientes deformados, lugares desconcertantemente incertos ao nosso olhar, ainda que impecavelmente bem acabados. São espaços anômalos, porém esbeltos e totalmente funcionais. É possível abrir a torneira, ligar o chuveiro, deitar na cama, acender o abajur etc.
A ambigüidade que mistura suas formas e funções também atravessa a natureza desses trabalhos. Trata-se de objetos ou instalações? A possibilidade de vivenciá-los espacialmente nos leva a apostar na segunda opção, ao mesmo tempo em que a construção em bloco e o seu acabamento formal apontam para a primeira. Se é de ambigüidades que se alimenta a produção de Rommulo, o certo é que seus objetos instalativos ativam e desafiam a nossa percepção. Indagam sobre a maneira como construímos e vivenciamos nossos espaços cotidianos.
Desde as suas primeiras experiências, o artista vem trabalhando a partir de espaços. Primeiro, optou por espaços específicos, como a fachada de uma casa prestes a ser demolida ou a torre de um antigo casarão. De uns tempos pra cá, no entanto, Rommulo passou a trabalhar com espaços mais genéricos: quartos de dormir, cozinhas, banheiros, áreas de serviço, salas de jantar. São ambientes que trazem consigo uma espécie de identidade. Um conjunto de características mínimas que os diferencia de outros espaços e lhes permite atender às suas funções originais, tornando-os facilmente reconhecíveis. Ou alguém consegue imaginar uma área de serviço sem um tanque? Ou uma sala de jantar sem uma mesa? Ou, por outro lado, um quarto com fogão e botijão de gás? Ou ainda um banheiro invadido por uma bancada de cozinha?
Pois são as nossas idéias e percepções sobre os espaços cotidianos – à primeira vista, absolutamente inquestionáveis – que são colocadas em xeque pelas criações de Rommulo. Ao aproximar realidades tão distintas quanto uma cozinha e um banheiro – ou um quarto de dormir e uma cozinha –, o artista embaralha construções identitárias aparentemente fixas. Cria ambientes deformados, lugares desconcertantemente incertos ao nosso olhar, ainda que impecavelmente bem acabados. São espaços anômalos, porém esbeltos e totalmente funcionais. É possível abrir a torneira, ligar o chuveiro, deitar na cama, acender o abajur etc.
A ambigüidade que mistura suas formas e funções também atravessa a natureza desses trabalhos. Trata-se de objetos ou instalações? A possibilidade de vivenciá-los espacialmente nos leva a apostar na segunda opção, ao mesmo tempo em que a construção em bloco e o seu acabamento formal apontam para a primeira. Se é de ambigüidades que se alimenta a produção de Rommulo, o certo é que seus objetos instalativos ativam e desafiam a nossa percepção. Indagam sobre a maneira como construímos e vivenciamos nossos espaços cotidianos.
* Texto originalmente publicado em catálogo do Projéteis de Arte Contemporânea Funarte, em dezembro de 2007.
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