 A comunicação por sinais de fumaça baseia-se na decodificação de signos visuais. Se por um lado ela possibilita a difusão de mensagens a longas distâncias, por outro a sua leitura depende de um olhar atento e do reconhecimento dos códigos utilizados, bem como de condições climáticas favoráveis. A exposição Sinais de fumaça toma emprestado esse termo para fazer referência a estratégias de disseminação da arte que vão além da exibição de obras em museus e galerias, valendo-se de suportes e mídias que propiciam uma propagação alastrada do pensamento e prática artísticos, capaz de atingir destinatários distantes e incalculáveis. Por sua existência múltipla e descentralizada, as publicações de artista (livros, jornais, revistas, panfletos, cartazes, postais, folhetos e outros impressos) e as edições ilimitadas (CDs, DVDs, LPs, camisetas, adesivos, cartões telefônicos, tecido ou papel estampado, etc) são meios privilegiados para essa forma de veiculação.
A comunicação por sinais de fumaça baseia-se na decodificação de signos visuais. Se por um lado ela possibilita a difusão de mensagens a longas distâncias, por outro a sua leitura depende de um olhar atento e do reconhecimento dos códigos utilizados, bem como de condições climáticas favoráveis. A exposição Sinais de fumaça toma emprestado esse termo para fazer referência a estratégias de disseminação da arte que vão além da exibição de obras em museus e galerias, valendo-se de suportes e mídias que propiciam uma propagação alastrada do pensamento e prática artísticos, capaz de atingir destinatários distantes e incalculáveis. Por sua existência múltipla e descentralizada, as publicações de artista (livros, jornais, revistas, panfletos, cartazes, postais, folhetos e outros impressos) e as edições ilimitadas (CDs, DVDs, LPs, camisetas, adesivos, cartões telefônicos, tecido ou papel estampado, etc) são meios privilegiados para essa forma de veiculação.A exibição em um espaço museológico de trabalhos que questionam a circulação restrita a esse contexto não é um movimento simples (nem um dilema novo). Sinais de fumaça parte desse problema para realizar um recorte da coleção de publicações e edições de artista FMRA, mantida pelo Centre National de l'Estampe et de l'Art Imprimé - CNEAI (Chatou, França), incluindo também peças pertencentes à Coleção de Arte da Cidade, ao Arquivo Multimeios e à Biblioteca Volpi, sediados no Centro Cultural São Paulo. Nesse sentido, estratégias de circulação e disseminação características dessa produção artística foram aqui tomadas como assuntos ou campos de interesse que definem os quatro pontos de partida da exposição: deslocamento, movimento, propagação - troca, intercâmbio, correspondência - multiplicação, repetição, reprodução - relação texto-imagem, decodificação, tradução.
As demandas de conservação de peças pertencentes a coleções públicas exigem uma exibição protegida, distante do tipo de aproximação que a natureza desses trabalhos pediria. Estáticas por detrás dos vidros, as obras se oferecem recortadas e associadas umas às outras como em uma colagem, criando um discurso a partir da soma de detalhes. Em contraposição, algumas publicações são disponibilizadas não apenas para manuseio, mas também para cópia, o que reafirma o seu caráter reprodutível e a possibilidade desses trabalhos circularem por outros espaços e situações.
Sinais de fumaça inclui, por fim, a participação de sete artistas que desenvolveram obras em diálogo com o foco da mostra. Stéphane Magnin e a dupla A constructed world criaram espaços de leitura, escuta e consulta para esses materiais, propondo situações e recortes que provocam diferentes relações com as obras expostas. Já Ana Luiza Dias Batista, Cadu, Carlos Issa e Rodrigo Matheus foram convidados a pensar em trabalhos que tomam a linguagem impressa, a idéia de reprodutibilidade e a possibilidade de circulação como estratégias de ampliação da sua presença, do seu potencial de comunicação ou do seu sentido. Sinais de fumaça integra a programação oficial do Ano da França no Brasil.
* Texto escrito em parceria com Carla Zaccagnini para a exposição Sinais de fumaça, de curadoria de Carla Zaccagnini, Fernanda Albuquerque e Sylvie Boulanger. A mostra acontece no Centro Cultural São Paulo de 29 de agosto a 8 de novembro de 2009.
* Caderno-parque (detalhe), 2009. Trabalho de Ana Luiza Dias Batista em exposição na Sinais de fumaça.
 
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